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A história por trás da luta

   Os recursos naturais da República Democrática do Congo financiam as milícias. O ouro, por exemplo, é contrabandeado para países vizinhos como Ruanda, Uganda e Burundi. Contudo, o Congo continua sendo um dos mais pobres do mundo, pois o local é explorado no trabalho pesado das minas e confiscado na sua produção agrícola, em torno de 10%, pelos rebeldes. Beni é uma das províncias mais violentas no Congo e foi lá que Rodrigue e Kalebe nasceram.

   Kalebe enfrentou bastante dificuldade quando chegou ao Brasil, principalmente por causa da língua. Ele deixou toda a família no Congo ao vir para o Brasil, e conta que se sente acolhido pelos brasileiros e mais tranquilo em relação a segurança. Ouvir as músicas da terra natal o ajuda a manter contato com a cultura quando sente falta. Hoje trabalha numa oficina e está juntando as economias para pagar o aluguel da casa. “Todo o trabalho que aparecer eu vou tentar, porque a gente está precisando de um emprego para se sustentar”.

   Além de Kalebe, Rodrigue fugiu do Congo por conta da violência. Em 2014 foi para o Sudão buscar melhores condições de vida, mas depois percebeu que o país era alvo de conflitos também. Por conta disso, teve que buscar outro lugar de refúgio. “Todo ano tem guerra política no Congo e muitas pessoas acabam morrendo por causa disso”. Fugiu de navio para o Brasil sem falar português e sozinho. Quando chegou aqui foi recebido pela Cáritas, lugar que foi a porta de entrada para conseguir emprego na Loreal Paris. Hoje ele tem aula de português na Uerj toda terça e quinta, e busca praticar a língua com os brasileiros. 

“Todo ano tem guerra política no Congo e muitas pessoas acabam morrendo por causa disso”

Rodrigue kalambayi
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